10.11.06

A Galinha dos Ovos de Ouro | Esopo (II)


Um homem tinha uma galinha que punha ovos de ouro. Achando que por dentro ela era só ouro, matou-a, mas não encontrou nada de diferente das outras galinhas. Assim, em vez de descobrir o enorme tesouro que esperava, perdeu até o pequeno lucro que ela lhe dava.

Cuidado com a ambição. Contenta-te com o que já tens.

7.8.06

A Águia, o Gaio e o pastor | Esopo





Do alto de um rochedo, uma águia caiu certeira sobre um carneiro e levou-o em suas garras. Invejoso de tal feito, um gaio achou que tinha de imitá-lo. Ao se lançar sobre a presa, caiu com estrondo sobre um carneiro. Suas garras se enroscam na lã e ele ficou se debatendo, sem conseguir se desembaraçar. O pastor o viu, foi em seu socorro e lhe cortou a ponta das asas. Quando veio a noite, levou-o para seus filhos. Eles lhe perguntaram:

- Pai, que pássaro é esse?

O pai respondeu:

Que eu saiba, é um gaio, mas o que ele queria mesmo era ser uma águia.

Quem com o mais forte quer competir sem estar à altura termina fracassando e servindo de escárnio para os outros.

27.3.06

A Ilha do Tesouro


A Ilha do Tesouro de Stevenson é um prato cheio para qualquer ilustrador. Basta imaginar que os estereótipos todos das aventuras de piratas vêm de lá. Não falta nada: o pirata da perna de pau, o papagaio falastrão, as canções de mar e muito rum.

Eu escolhi Billie Bones porque fiquei com pena. Um pirata tão audacioso e ousado não merecia morrer da forma vergonhosa como o velho Billie morreu. Fica aqui minha pequena homenagem a esse pirata de coração fraco.

A Ilha do Tesouro
De Stevenson (1850-1894)




Esse era para ser o médico, personagem muito importante do livro. Digo era para ser porque desenhei bem no começo da leitura, mais ou menos na sua primeira aparição. Com o desenvolvimento da história, fui percebendo que ele não era tão velho e nem tão frágil. Isso me fez pensar na importância de ler todo o livro antes de sair desenhando os personagens. Algumas características estão esperando o desenrolar dos fatos para aparecerem. Às vezes existe uma força escondida, uma garra que só se mostra na adversidade, mas que deve ser explorada, ou ao menos citada, pelo ilustrador. Esse médico é um exemplo disso. O desenho está razoável (em consideração com o meu nível, claro), mas não representa o personagem. De qualquer forma, está aí.

22.2.06

Rumo aos Mundos do Futuro



O domeragiano dirigira-se diretamente para eles e acomodara-se pesadamente na cadeira vaga.
— Ah! Os dois habilidosos engenheiros! — rugira o estrangeiro. — Lembram-se de mim, não?
— Sim — respondera Marner rapidamente. — Fizemos um trabalho de iluminação para você no ano passado. Como ficou?
— Tão bom quanto poderia ser — respondeu o domeragiano, depois voltara-se para o garção: — Duas cervejas, por favor.
— Que quer dizer com isso? — perguntara kemridge, enquanto as cervejas eram servidas.
— Um momento, por favor — dissera o estrangeiro, envolvendo delicadamente os copos com dois tentáculos e levando cada um deles às duas bocas rasgadas dos lados do rosto; não escondera sua satisfação: — Maravilhosa bebida, a cerveja de vocês! O único ponto em que a terra é claramente superior a Domerang é na bebida!

Extraído de Rumo aos Mundo do Futuro (To Worlds Beyond), de Robert Silverberg. Livro de 1965, tradução de Tereza Monteiro Deutsch, Editora das Américas S.A., 1967.

26.12.05

Coelho Branco



Não havia nada de tão extraordinário nisso: nem Alice achou assim tão esquisito ouvir o Coelho dizer consigo mesmo: “Ai, ai! Ai, ai! Vou chegar atrasado demais!” (quando pensou sobre isso mais tarde, ocorreu-lhe que deveria ter ficado espantada, mas na hora tudo pareceu muito natural); mas quando viu o Coelho tirar um relógio do bolso do colete e olhar as horas, e depois sair em disparada, Alice se levantou num pulo, porque constatou subitamente que nunca tinha visto antes um coelho com bolso de colete, nem com relógio para tirar de lá, e, ardendo de curiosidade, correu pela campina atrás dele, ainda a tempo de vê-lo se meter a toda pressa numa grande toca de coelho debaixo da cerca.

Aventura de Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll.

1.12.05

Sócrates


“Sócrates (c. 469 ou 470 a.C – 399 a.C) é um marco. A ponto de os que vieram antes dele receberem todos, apesar de suas diferenças, o nome genérico de “pré-socráticos”. Há quem considere que a filosofia propriamente dita só começou – ou, ao menos, só chegou à maturidade – com Sócrates. Que, no entanto, nada escreveu. Falava, e muito, mas nada concluía. Qual é, então, seu pensamento?”

Extraído de História da Filosofia, da coleção Os Pensadores. Autor: Bernadette Siqueira Abrão.



21.11.05

Diógenes


“O mesmo desprezo pelas convenções sociais e pelo conhecimento demonstra Diógenes (c. 413-327 a.C). A imagem que dele restou é bastante conhecida: conta-se que tinha por casa um simples tonel e que vagava, nu, com uma lamparina acesa em plena luz do dia, à procura do “verdadeiro homem”.”

Extraído de História da Filosofia, da coleção Os Pensadores. Autor: Bernadette Siqueira Abrão.

Quem disse que filosofia não é divertido?